Tem gente que ainda não entendeu o significado das palavras de Jesus quando ele disse:
- Quando estiverem dois ou três reunidos em meu nome eu estarei no meio deles.
Ele estava ensinando qual é o significado espiritual e histórico que dá sentido a igreja.
Ou seja, na verdade a igreja no profundo da palavra, é apenas o encontro humano com união e reconciliação.
Pensando mais a fundo, um irmão ofendido tem que procurar o ofensor e tentar ganhá-lo. E isso deve ser feito insistentemente até que o próprio ofensor rejeite toda a conciliação.
A palavra grega que designa essa reunião, é a mesma que fala de HARMONIA, como se fosse uma orquestra sinfônica afinando seus instrumentos.
Noutro dia Jesus disse que se deve perdoar o próximo até 70 vezes 7 num único dia.
Assim sendo, a proposta de Jesus nos põe a todos de calça curta e clamando:
- Senhor aumenta-nos a fé pois ainda não somos cristãos.
Até o 4º século o que impressionou as pessoas que observavam os cristãos, não era a perfeição deles, mas o Amor e a Graça com a qual se tratavam.
- Olha como esses cristãos se amam!
Era a surpresa que ecoava nas palavras de gente que olhava os cristãos de fora, conforme vários testemunhos encontrados em antigos textos históricos.
Portanto, a perfeição da igreja é:
Não se apresentar como "A Perfeita"
Mas se mostrar ao povo como lugar de misericórdia e Graça.
Não é possivel esperar perfeição de nenhum de nós, pois somos caídos e maus, pois o melhor de nós, ainda é mau.
O que nos faz diferentes em cada um de nós é nossa atitude.
Se é honesta com a própria queda e sobretudo sincera com a Graça que todos nós temos recebido.
Só seremos perfeitos se cultivarmos nossa humildade.
Humildade para sermos, sem ainda sermos o que desejamos.
Humildade para vivermos com misericórdia,
pois todos nós carecemos de uma dose de misericórdia todos os dias, nos céus e na terra.
Insisto em repitir que o problema da igreja nunca foi seus erros humanos, mas sim, a sua arrogancia em relação a não se enxergar e oferecer-se como a representante de Deus na terra, e isso é petulância da grandes.
Mas no dia quem que deixarmos de lado toda essa soberba e formos apenas gente da graça, então assustados, veremos o respeito que o mundo nos terá, conforme aconteceu até o ano 332 da presente era.
Ainda que algumas vezes o lugar do testemunho tenha sido cruzes e arenas.
Mas havia problemas na igreja antes disso?
Sim, sempre houve muitos problemas!
Quem conhece a história sabe deles, e quem leu os textos produzidos nos 2 primeiros séculos, sabe das quantidades de dificuldades que os vários grupos internos tiveram.
Todavia, tais problemas não foram problemas reais, enquanto o sentido de irmandade na graça estava presente.
Não foi a perfeição da igreja que abalou o império romano, mas
foi a sua perfeita imperfeição. Ou seja, sua humanidade vivida sob a graça e que falava de boas notícias em Jesus... Não nela mesma!
Na igreja primitiva havia humildade, serviço, confissão, comunhão e coragem sem soberba e arrogância.
Me sinto um Tolo falando coisas tão básicas, mas é que eu fico assustado quando eu vejo que os crentes de hoje não tem umbigo, e assim, pensam que estão inventando a igreja agora.
E há alguns que ainda tem a coragem de dizer:
- É assim mesmo, temos que nos acostumar, quando é que foi diferente?
Foi diferente enquanto a igreja sabia que era filha da misericórdia, e seus membros buscavam renovar a mente conforme o entendimento na Graça, e só se manifestava no nível horizontal como amor e simplicidade no trato humano.
E isso deve acontecer naturalmente, no momento em que a arrogância dá lugar à gratidão, pelo simples fato de reconhecermos que cada um de nós precisamos receber perdão, seja de Deus ou do próximo.
Jesus não pede perfeição,
mesmo quando diz:
- Sede perfeitos como perfeito é o Vosso Pai.
Pois a única perfeição humana é assumir sua própria imperfeição.
E depois disso, imitar o Pai derramando Graça sobre justos e injustos.
Só assim poderemos ser chamados de filhos de Deus.
O que passar disso, é apenas religiosidade.
A perfeição da igreja é ser humildemente filha desse Pai que a todos trata com misericórdia.
Quem não for cego que veja, quem não for surdo que ouça, quem tiver entendimento não o feche, e quem tiver sido objeto da graça, que a sirva aos outros.
Pois nossa perfeição é a Misericórdia e Justiça de Cristo,
que é baseada no Amor e Graça.
Pastor Alexandre
Baseado nos textos do
Reverendo Caio Fábio
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