segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Qual a Diferença entre Conversão e Proselitismo?


Acredito que muitas pessoas confundem conversão com proselitismo, imaginando ser a mesma coisa ou apenas sinônimos.
E por este motivo resolvi escrever este breve texto para explicar suas diferenças gramáticais e teológicas. E também observar como o entendimento errado entre estas duas ações podem influênciar a igreja.

O proselitismo é o ato de fazer com que a pessoa abrace uma religião diferente da sua.

Por exemplo:
Você que era católico, mas agora é protestante, ou era espírita, mas agora é budista, ou até mesmo foi protestante, mas agora é muçulmano.

É possível inclusive outras formas de proselitismo, como a pessoa que era flamenguista, mas agora é vascaíno, ou até mesmo, as pessoas que eram clientes do Mac Donalds, mas agora do Burger King.

A palavra prosélito aparece quatro vezes no Novo Testamento.
Uma delas está em Mateus 23:15:

“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque rodeais o mar e a terra para fazer um prosélito; e, uma vez feito, o tornais filho do inferno duas vezes mais do que vós!”

Como podemos observar nessa passagem Bíblica, a palavra aparece de forma negativa.

Nos dias de Jesus o prosélito era um não judeu que recebia a permissão para passar a viver numa comunidade judaica, através de alguns rituais de entrada na religião judaica, como a circuncisão e batismo, além de outras coisas, o prosélito precisava reunir três vizinhos que lhe serviriam de testemunhas de que ele abraçara os costumes judaicos e obedecia a lei e as tradições do judaísmo.

Na perspectiva de Cristo, este ato era algo mecânico, uma decisão por conveniência, medo ou persuasão, mas não algo vindo do coração como uma atitude de fé.

A palavra aparece outras três vezes no Novo Testamento: Atos 2:10; Atos 6:5; Atos 13:43.

Observamos portanto, que esta palavra nunca foi usada para descrever pessoas que haviam experimentado o novo nascimento através da fé em Cristo.

Atos 6:5, refere-se a um certo Nicolau, que fora prosélito em Antioquia, isto é, antes de conhecer o evangelho e de ter nascido de novo, Nicolau, que era grego, havia se tornado um prosélito judeu. Daí a descrição usada por Lucas ao escrever o livro de Atos. A situação é semelhante em Atos 13:43 na forma como a palavra é usada.

A evangelização é o ato de pregar o evangelho, como podemos ver em Marcos 16:15:

“E disse- lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura.”

Neste caso, não é uma questão de conveniência, nem de uma mera mudança de religião, nem a aceitação de alguns padrões ou regras, é algo muito mais profundo, que penetra no íntimo do homem e todas as mudanças necessárias acontecerão de dentro para fora.

Isso se chama “FÉ”, e as mudanças geradas por ela no ser humano têm apenas uma direção:

“Ser imitadores de Cristo Jesus, através da sua natureza enxertada em nós.”

O Novo Testamento chama esta experiência de “nascer de novo” (João 3:3).
É uma diferença distinta do proselitismo, em especial no fato de que o proselitismo ainda que religioso, era na nação de Israel um ato civil, mas o novo nascimento um ato espiritual.

Como bem explicou Jesus:
“O que é nascido da carne é carne; e o que é nascido do Espírito é espírito.” (João 3:6).

Chegamos a parte prática da nossa reflexão, o que vemos hoje acontecendo nas igrejas é muitas vezes proselitismo e não conversão, pois as pessoas são convencidas e não convertidas, convidadas e não transformadas, entram na igreja, mas Cristo não entra nelas.

Aderem aos costumes protestantes, compram uma Bíblia, lêem três capítulos por dia, entregam dízimos, vão a igreja aos domingos, tocam, cantam e até pregam, mas não são nascidas de novo.

Jesus mesmo disse:

“Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniqüidade.” (Mateus 7:21-23).

Esta real diferença entre convertidos e prosélitos, nos permite entender alguns dos comportamentos que vemos na igreja.
Na verdade, é a velha e cansativa frase:

“A IGREJA NÃO CRESCEU, INCHOU”

A palavra grega METANOIA , no seu sentido original, significa mudar o próprio pensamento, mudar de idéia, e é exatamente isso que significa conversão, mudança total de atitude.

Esta é uma descrição profunda daquilo que deve acontecer com todo aquele que se torna um novo seguidor de Jesus.

Jesus nunca propôs a ninguém, proselitismo, mas arrependimento e o processo de conversão, tanto intelectual como moral e espiritual.

É uma mudança contínua que começa a acontecer no momento em que o homem aceita o evangelho que são as boas notícias que foi pregada por Jesus.

Então, o motivo dessa METANÓIA (Mudança da Mente),
é aprender a pensar e agir conforme Jesus Cristo.
(Pastor Alexandre)

Baseado no texto do Pastor Luis A.R.Branco

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